09/29/21

Movido por reator de sal fundido, tipo moderno de reator nuclear, e sem emitir CO2, Terra 300 é projeto que mescla luxo dos superiates com a pesquisa científica

O Terra 300 quer mesclar o luxo dos superiates com a pesquisa científica para criar um meganavio livre de emissõesCortesia/Earth 300

Símbolo máximo de riqueza, os superiates tiveram um grande aumento na demanda durante a pandemia, à medida que os ultra-ricos ansiavam por privacidade e distanciamento social em sua forma mais luxuosa e exclusiva.

Os pedidos fluíram, aumentando a frota global crescente de milhares de superiates – definidos como barcos de luxo com pelo menos 25 metros de comprimento e tripulação profissional.

Grandes superiates têm um impacto desproporcionalmente negativo no planeta. De acordo com um cálculo feito por antropólogos da Universidade de Indiana, um superiate que tenha uma tripulação permanente, um heliporto, submarinos e piscinas emite mais de 7.000 toneladas de CO2 por ano.

Multiplicado por 300 – aproximadamente o número de superiates em todo o mundo que cabem nessa conta – isso equivale a mais de 2 milhões de toneladas de CO2, mais do que as emissões anuais individuais de cerca de um quarto de todos os países do mundo.

Agora, uma nova proposta para esse tipo de embarcação visa alavancar a aura de luxo do superiate e mesclá-lo com a pesquisa científica para criar um meganavio livre de emissões que reunirá cientistas do clima e os ricos em uma ousada busca para salvar o planeta.

“Por que não pegar as pessoas mais ricas do mundo, reuni-las com os cientistas mais inteligentes e brilhantes e permitir que experimentem em primeira mão o que está acontecendo?”, questiona Aaron Olivera, empresário nascido em Gibraltar, residente em Singapura, que está por trás da ideia.

“As pessoas ricas podem entrar na Internet e comprar o que quiserem, mas não podem comprar um novo modelo mental para ver o mundo.”

Supercomputador flutuante
Se for construído, o novo navio, batizado de Terra 300 (Earth 300, no original em inglês) em referência ao seu comprimento de 300 metros, destronaria até mesmo o maior superiate do mundo – o Azzam de 179 metros, de propriedade da família real de Abu Dhabi.

O projeto preliminar é elegante e ousado, com uma esfera única de 13 andares que abrigará duas dúzias de laboratórios científicos. Eles coletarão dados das viagens do navio para, com sorte, encontrar soluções que ajudem a mitigar a crise climática.

Aaron Olivera, empresário por trás do projeto, quer empregar sistema de propulsão usando tecnologia nuclear experimental / Cortesia/Earth 300

Desenvolvido em uma plataforma de código aberto para permitir que a comunidade global participe, eles será apoiado por um computador quântico, um novo tipo de computador que emprega as propriedades da mecânica quântica para atingir velocidade e potência incríveis.

Como grande parte da tecnologia que Olivera espera incorporar ao Terra 300, o computador quântico ainda não está disponível comercialmente, mas atualmente é objeto de estudos experimentais por empresas como Google e IBM.

A maior parte da capacidade do navio, de 425 pessoas, será ocupada por dois grupos principais: 165 tripulantes e 160 cientistas.

Haverá também 20 alunos e um grupo de 20 especialistas residentes – economistas, engenheiros, exploradores, artistas, ativistas e políticos – formando um “caldeirão multidisciplinar”, diz Olivera.

Os únicos hóspedes pagantes serão turistas ricos que ocuparão as 20 suítes VIP do navio, a um custo projetado de pouco mais de US$ 1 milhão por pessoa, para financiar a ciência.

Mas esqueça a exclusividade.

“Este navio será um computador flutuante que permitirá que pessoas de todo o mundo participem da jornada. Isso significa que esses indivíduos ricos que estarão a bordo terão que compartilhar a experiência com o mundo, não apenas entre eles”. disse Olivera.

Uma embarcação global
Megaiate Terra 300 foi projetado para ser totalmente livre de emissões de CO2 / Cortesia/Earth 300

Olivera diz que prevê que o Terra 300 se torne um objeto icônico de sua geração e faz comparações com a tocha olímpica e a torre Eiffel.

“Estamos construindo este navio porque a mudança climática é um problema global, então ela precisa de um veículo global”, diz ele, acrescentando que os oceanos são o coração pulsante do planeta, porque absorvem a maior parte do carbono.

Mas ele também queria que as pessoas se reunissem em um ambiente confinado, experimentando algum senso de aventura e até mesmo perigo.

“Os laços feitos em um navio são muito diferentes dos feitos em um edifício estático. Quando foi a última vez que você teve uma aventura dentro de um edifício?”

Olivera, que tem experiência no mundo do luxo e da hospitalidade em Singapura, diz que a inspiração para o Terra 300 veio quando ele estava mergulhando nas Maldivas e viu os corais morrendo.

Ele vê o navio como uma forma de combinar dois mundos em conflito – luxo e ambientalismo.

“Queremos criar uma nova marca de explorador esclarecido, para virar a maré na maneira como as pessoas veem os ricos e mostrar que podem e devem liderar o caminho”, diz ele.

A ideia de um navio de pesquisa de luxo não é inteiramente nova. REV Ocean, um projeto similar da Noruega, é um superiate de 180 metros de comprimento estimado em US$ 350 milhões, e projetado para investigar a pesca predatória, as mudanças climáticas e a poluição por plástico.

Financiado pelo magnata da pesca e da perfuração de petróleo Kjell Inge Røkke, deveria ser lançado em 2022, mas o projeto foi adiado por três a cinco anos devido a problemas com a construção do navio.

Em US$ 700 milhões, o custo projetado do Terra 300 é o dobro do REV Ocean, e Olivera está procurando estaleiros na Alemanha e na Coreia do Sul para a construção.

Ele diz que o projeto preliminar do navio e a engenharia naval foram concluídos e espera estar pronto para uma viagem inaugural nesta década.

“Acho que 2025 é possível para nós. É apenas uma questão de a escassez de chips ser resolvida nos próximos seis meses, mais ou menos, e termos todo o financiamento em vigor”, diz ele, acrescentando que o dinheiro virá de investidores privados e também de “instrumentos bancários tradicionais”.

Movido por energia nuclear?
Se for construído, o Terra 300 destronaria até mesmo o maior superiate do mundo – o Azzam, de 179 metros / Cortesia/Earth 300

Inicialmente, o navio usará combustíveis sintéticos verdes, mas para satisfazer a exigência de ser totalmente livre de emissões, Olivera planeja, eventualmente, reformar um reator de sal fundido, um tipo moderno de reator nuclear.

Isso permitiria ao navio permanecer no mar por tempo indeterminado, com total autonomia energética. Assim como o computador quântico, no entanto, essa tecnologia ainda não existe, mas está sendo desenvolvida pela empresa britânica Core Power em colaboração com a TerraPower, uma empresa de engenharia nuclear presidida por Bill Gates.

É uma das várias entidades que anunciaram laços com o projeto, incluindo a IBM, o estúdio de arquitetura naval Iddes Yachts e a empresa de classificação de navios RINA.

Quando questionado sobre quais pessoas famosas ele gostaria de ter a bordo, Olivera responde com uma lista de nomes que ele chama de “os suspeitos de sempre”: Elon Musk, Michelle Obama, Greta Thunberg, a autora de “Sem Logo” Naomi Klein e fundadora da marca de roupas Patagonia Yvon Chouinard.

Seu plano, no entanto, é emparelhar esses VIPs com um conjunto de “pessoas muito inspiradoras” não famosas de todas as esferas da vida, de todas as idades e de todas as culturas, que não teriam que pagar pelo ingresso, mas ainda assim conseguiriam ficar em uma das suítes luxuosas.

“É assim que estamos democratizando a experiência, ao permitir o embarque de pessoas que nunca poderiam – em um milhão de anos – pagar pela passagem.”

Via: CNN

Sistema de inutilização de cédulas usadas por bancos corta as notas em meia-lua 
Imagem: Reprodução

O mega-assalto a uma central de distribuição de dinheiro do Banco do Brasil na madrugada de 30 de agosto em Araçatuba (SP) só fracassou por causa da eficácia de um sistema de segurança acionado em tempo real que retardou a ação da quadrilha, possibilitando a destruição das cédulas guardadas no local.

Após a invasão, houve acionamento automático de neblina com gás de pimenta, sirene de alta potência e uma tecnologia com luzes piscantes para causar confusão mental nos invasores. Os criminosos pretendiam levar cerca de R$ 90 milhões armazenados em cofres.

Apesar de a empreitada ter fracassado, o assalto com mortes, reféns usados como escudo humano e uso de explosivos é apontado pelo Fórum de Segurança Pública como o mais violento nos últimos dois anos pelo "novo cangaço", tática também conhecida como "domínio de cidades". O número de detonadores foi o maior da história do país, segundo levantamento da Associação Mato-Grossense para o Fomento e Desenvolvimento da Segurança.

Enquanto carros eram incendiados em vias públicas para dificultar o acesso das forças de segurança a Araçatuba, ao menos 15 homens participaram da detonação para invadir a agência.

O alvo do roubo foi a sede do Seret (Setor de Retaguarda e Tesouraria) do Banco do Brasil, centrais de distribuição de cédulas para outras agências bancárias que executam a função do Banco Central em cidades do interior.

Foi a primeira vez que o sistema, implementado neste ano nas sedes do Seret, destruiu as cédulas em um cofre.

Agência bancária destruída após ataque de bandidos em Araçatuba (SP)Imagem: Redes sociais - 30.ago.2021

Neblina com gás de pimenta
Após a invasão à agência bancária com o uso de explosivos, foi acionado automaticamente um gerador de neblina com gás de pimenta. A ação foi parcialmente neutralizada pelos criminosos com a utilização de um duto capaz de retirar parte da fumaça do local.

Esse sistema já foi instalado em mais de 20 mil instituições financeiras, segundo a AlarmTek, empresa responsável pela integração desse tipo de tecnologia nos bancos.

"A defesa consiste no uso de camadas. A primeira proteção [o gás de pimenta] tira a visibilidade do criminoso e causa irritabilidade nas mucosas", explicou o advogado Douglas Prehl, vice-presidente da empresa e ex-diretor de segurança do Santander.

Segundo ele, foram feitas mais de 15 mil análises de ataques a instituições financeiras no país para implementar o sistema de segurança.

Sirene e luzes piscantes
Um sistema com sirene de alta potência e luzes piscantes também dificultou a ação dos criminosos.

A tecnologia causa confusão mental e pode romper com os tímpanos de uma pessoa em apenas quatro minutos. "Esse sistema também causa tontura e passa uma impressão de câmera lenta", disse um especialista.

Sistema retardou ação de quadrilha
Sistema de inutilização de cédulas corta notas; método impediu roubo de R$ 90 milhões em Araçatuba (SP) Imagem: Reprodução

A segunda camada de proteção é a destruição das cédulas, acionada automaticamente após a invasão e com autonomia de até oito horas, mesmo em caso de corte de energia elétrica. Hoje, há cerca de 80 cofres com esse tipo de tecnologia no país, segundo a empresa responsável pela implementação do sistema.

Prehl disse ainda que o acionamento do sistema de segurança com neblina e sirene retardou a ação da quadrilha em Araçatuba. Ele estima que os criminosos tenham levado cerca de 40 minutos para chegar à sala-cofre, composta por armação em concreto e aço.

Nesses locais, há cofres com gavetas e sistema de destruição de notas. "Quando conseguiram chegar ao cofre, os criminosos só encontraram papel picado. Não havia mais dinheiro porque o sistema de destruição já tinha sido ativado desde o momento da invasão", explicou.

Cédulas destruídas com cortes em meia-lua
O sistema utilizado para a inutilização de cédulas envolve a trituração das notas seguida de entintamento com um produto químico vermelho.

Há três modelos de picotamento das notas: guilhotina, sistema com furo no meio ou nas bordas das cédulas e corte em meia-lua, usado nos cofres de Araçatuba.

A inutilização leva entre cinco e dez minutos, incluindo o uso de uma tinta sobre o dinheiro. A ação, contudo, mantém 51% de cada nota preservada para que o material danificado seja levado à Casa da Moeda para reimpressão e não haja prejuízo à instituição.

"A ideia é popularizar o sistema de defesa não só para bancos. Como os criminosos não estão conseguindo acessar o dinheiro, o 'novo cangaço' vão migrar para postos de combustível, lotéricas e lojas. Esses estabelecimentos precisam estar preparados para evitar roubos" Douglas Prehl, especialista no setor

Sistema opera em carros-forte há dois anos, diz associação
O advogado Ruben Schechter, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte de Valores, diz que esse tipo de tecnologia já é utilizada há ao menos dois anos em carros-forte.

Segundo ele, a eficácia do sistema contribuiu para a migração dos ataques para os bancos. "Muitas vezes, esses locais [agências do Seret] não estão preparados para impedir os ataques", analisa.

O delegado Pedro Ivo Correa dos Santos, da 5ª Delegacia de Investigações sobre Furtos e Roubos a Bancos da Polícia Civil de São Paulo, diz que o armazenamento em grandes quantidades nessas agências precisa ser repensado.

"Não é a atividade principal dessas agências. E isso precisa ser repensado com urgência em cidades pequenas. Quando essas agências foram construídas há 40 anos, não se imaginava que armazenariam tanto dinheiro. A estrutura delas não acompanhou essa mudança do sistema financeiro. Mas a polícia hoje tem treinamento e capacidade para reagir em um tempo menor", disse.

Em nota, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) informou que as grandes agências possuem centrais de monitoramento em tempo real, com acionamento às autoridades em caso de tentativa de roubo. "Os serviços de segurança são fornecidos por empresas especializadas com autorização de funcionamento expedida pelo Departamento de Polícia Federal", revelou em um dos trechos do texto.

Fonte: Uol

MKRdezign

Fale com o MultiMidia Info

Nome

E-mail *

Mensagem *

Tecnologia do Blogger.
Javascript DisablePlease Enable Javascript To See All Widget